Tempo de reconhecimento
Talvez este seja o tempo de contar uma pequena história. Houve um tempo em que existia um grupo chamado Veredas. Era um grupo de estudos que se reunia para ler e escrever literatura (sob a batuta suave-lírica da Adriana B. Guedes) e, talvez, psicanálise (sob a escuta e o olhar deste autor). Dele faziam parte além de mim e da Adriana (que escreveu o conto Bala Perdida, publicado aqui em Outras Palavras), o Mauro, a Silvana, a Paula (que acabou de escrever aqui também em Outras Palavras o poema Confiar. Agora chegou a vez de uma outra verediana (era assim que carinhosamente nos chamávamos) a Ana Paula, a escrever com os sentimentos da sua bela alma luso-brasileira As dobras da paixão. Assim, este grupo se transformou neste blog que retorna, como um mito do eterno retorno, ou como algo que estava recalcado no inconsciente, aos textos que sempre nos enlaçaram, nos recriaram e, que agora, trans-bordam.
Outra parte de mim, mas não menos importante, agradece a Eugênia Ribas Vieira (editora da Rocco e que também escreve no blog Editoratrix), ao incentivo para que eu fizesse um blog e publicasse meus textos.
Carlos Eduardo
As dobras da paixão
Ana Paula da Costa Gomes
Nos primórdios
Do amor e do ódio
São as entranhas do teu corpo
As dobras da paixão
Percorridas nas minúcias
Pelos meus dedos
Entre pernas, braços, pescoço
E as delícias do teu baixo ventre
Vem, entre
Vem o tempo, contratempo
Que se esvai entre os dedos
Que não mais te percorrem
Mas te prendem
E se desdobram
Na procura do cheiro
De paixão já vivida
Agora adormecida
São as dobras
Que se desdobram
E não se dobram
Com o tempo
Com os dedos
Que se diz dobra
De uma paixão.
7 comentários:
Querida Ana, queria ser mesmo a primeira a te saudar aqui nestas linhas. Que alegria te ver deslizar pelas veredas que abrimos, pelas "dobras" que vamos expondo assim, timidamente, femininamente...só uma mulher sabe , de verdade o que é uma paixão! Os homens, os mais sensíveis e de alma embriagada de poesia, chegam perto do que sentimos na paixão! E vc perfuma o leitor maravilhosamente bem com a sua.
Abraços, muitos, e parabéns pelo belíssimo texto,
Adriana.
Eduardo,
este blog é a certeza de que nosso "Veredas" marcou profundamente de encanto, leituras e poesia a vida de todos nós, veredianos, que agora se une a Claudia, Michelle, e quantos ainda percebam que a vida só vale a pena qd a enchemos de poesia. Que bom que vc existe e fez esse blog existir também!
Abraço grande, da verediana(adorei a história da batuta suave-lírica),
Adriana.
É Adriana,
De homens, só mesmo o Tirésias (das Tragédias Gregas)e o Orlando (da Virgínia Woolf)para saberem o que é esta tal de 'dobras da paixão' do feminino. Putz, e ainda mais no plural...rs.
Eduardo,
larga de ser implicante...e irônico.Eu abri uma exceção para os homens sensíveis e para os poetas...rsrsrs.
Bj
Querida Ana Paula, que saudade!
A força das sensíveis e delicadas palavras escolhidas, cuidadosamente, por vc nos desdobram e nos encantam. Que lindo!
Bjs
Queridos Adriana, Paula e Carlos Eduardo:
Muito da aventura da escrita se deu nas veredas de nossos encontros. Vcs sabem mto bem o quanto foram importantes nesta via, que agora se desdobra.
Grande bjo cheio de saudade....
Ana Paula
talvez paixão seja privilégio de almas gulosas e estas existam independentemente de sexo.O humano sempre pode derrapar nas curvas da paixão......Ana Maria
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