sexta-feira, 31 de maio de 2013

Sobre o amor

Eros e Psiquê

Do que sei sobre o amor? Um nada, um grão de areia ao vento. E, no entanto, ele sempre esteve em mim desde antes de Adão e Eva. Estava lá no silêncio do nada que não havia. Pois antes de existir a forma que hoje chamam Universo, lá estava o amor. Estava no escuro do silêncio. Nas franjas do mundo por existir ele também estava. Era o gênesis do Gênesis. Estava encoberto por uma névoa-nada e nem era Eclesiastes, O-Que-Sabe. Pois o amor não era sapiência, mas também ignorância não havia. Era amor em estado puro, nascente de si próprio. O amor gerou-se como uma máquina anti-autofágica. Dele se fez a luz que banhou as sombras. Dele se fez a lua para os amantes e a cama para suas necessidades. O amor se fez de perfumes das matas e orgias das espumas alvas dos oceanos. Fez seu nome morar dentro das conchas e receber em sua cona o mel que embriagou os cantores do amor trovadoresco.
O amor inaugurou o coração dos loucos e estes deliraram por suas amadas. Veio com a força dos animais e se instalou no lado esquerdo do peito inaugurando o que hoje chamam de coração. Antes do amor este não havia. O que existia era um buraco negro que hoje ocupa os desvãos das galáxias. Estes restos foi o que nos chegou aos dias de hoje. Fragmentos de uma e história sobre a história do amor que existiu antes de toda Existência.
Esta é sua eternidade. Meu grão ao sabor do vento. Ele foi. Ele é. Ele será?

Ah, meu amor, isto só depende de nós dois...

Um comentário:

ana maria disse...

Que o amor seja, simplesmente. Atemporal e decisivo. Lindo texto!
Bjs