Dormingo.
O que vocês leem aqui não são minhas palavras. Ainda durmo. Portanto, são meus sonhos. Palavras oníricas. Feitas de traços de memória, pequenos esquecimentos, lembranças infantis, desejos inconfessos, árvores por subir, ossos fraturados. O sol se aproxima e cochicha alguma coisa em meus ouvidos. Não ouço o final porque o vento o leva para detrás das nuvens. Dentre elas existem substantivos escondidos. Tento saber em qual delas estará o teu nome. Um sorriso aparece por detrás de marionetes. São autômatos que vem brincar comigo. Parece um dia de festa. Todo domingo deveria ser dia de festa. Agora crianças surgem de todos os lados e me puxam para pular corda. A corda trançada é enorme e faz um belo arco no céu enquanto as crianças pulam flutuando. Meu avô diz que é hora de irmos ao circo. Não caibo em mim de tanto contentamento. Palhaços me excitam e causam-me terror. O que haverá por detrás da máscara que esconde a máscara do rosto? Há um circo com trapezistas. Sou um deles. Equilibro-me em palavras. Algumas parecem não suportar meu peso. São frágeis minhas palavras. Vou cair. Vertigo!
3 comentários:
Deixa o balanço das palavras te transportar às alturas...
Bom Dormingo! :-)
bjs
Anne
Aprecio muito o que você escreve e sempre que posso dou umas voltinhas pelo blog.
"Dormingo", especialmente, está perfeito para uma tarde de domingo!
Abração Carlos!
Berzé
Postar um comentário