Era um menino que havia esquecido de contar seus dias
Desfez-se de seus olhos e saiu mundo afora
A olhar recantos com outros olhos
A olhar encantos através de outros olhares.
De coração em coração experimentava desditas
E outras veredas sem fim
Experimentava tecidos das peles
Cílios que se dobravam em olhares
Mãos que acolhiam curvas feitas de esmeraldas.
Um dia, sem querer, entrou nos trigais
De um quadro de Van Gogh
Os corvos assustaram-se e pôde olhar o mundo
Através do azul.
Disse para si mesmo que se encantara pelas estrelas
Uma em especial chamara-lhe a atenção.
Uma que tinha em suas mãos restos de um pôr-de-sol.
Uma estrela que a chuva havia acabo de enxaguar.
Ingenuamente tirou os sapatos
Pôs-se a andar pelas nuvens
E acabou por espetar o pé na estrela.
Porém, não sabia que era uma estrela cadente
Então, seus olhos abriram-se na tristeza:
Verdade sem nenhum saber.
A poeira estelar ainda ardia-lhe os olhos
Quando seus pés clamaram por um retorno.
Saberia o caminho de volta?
Haveria mesmo uma volta possível, ou
Seus olhos teriam-se perdido
Pelo universo infinito
Na velocidade esmeralda daquela estrela?
10 comentários:
Olhamos o mundo por atravez das estrelas ...do sol...do por sol...do amanhecer...olhamos o universo ...para poder encontrar o infinito!!! lindoooo!! sucessssooo!!! PARABÉNS!! BJUSS
A possibilidade de olhar e realmente ver todas as cores e um infinito que nos espera.
Lindo!
Um abraço
CEL,
Alguns de seus textos são bem enigmáticos e sempre poéticos.
Sei o que tem ali, mas não sei dizer intelectualmente.
Vou ficar com o mistério e voltar a esse texto `as vezes, sem tentar "entender".
A linguagem da arte vai direto para sensos nossos que assimilam muito mais do que o racional.
Beijos,
Mabel.
PS.: muito obrigada pela "força poética" do outro dia. Deu tudo certo!
Ah, Edu. Aqui é um espaço para luz. Beijos.
Vc me adicionou no facebook e vi que tinha este blog no seu perfil. Ainda bem que vim, gostei muito deste texto.
Beijo, prazer!
Uma viagem romântica...
Suave e agradável.
Beijos Carlos e bom final de semana,
Carlos Eduardo
Um delírio entre as estrelas é sempre muito bom :-)
Bjos
Anne
Lindo, sou cada vez mais seu fâ.
Leleu Antonio
Carlos Eduardo. Não sei se era este o seu intuito, creio que não, mas sinto-me perturbada, pois ao ler o que escreveu só consigo pensar no fato de que uma vez transposto o véu da ignorância e ingenuidade é impossível traçar o caimnho de volta. É dificil, lindo, triste e pesado saber que quando somos tocados pela verdade, seja ela a nossa ou não, nos tranformamos. E quando nos transformamos é impossível voltar ao que éramos.
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