segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Foi andar descalço nas nuvens...





Era um menino que havia esquecido de contar seus dias

Desfez-se de seus olhos e saiu mundo afora

A olhar recantos com outros olhos

A olhar encantos através de outros olhares.


De coração em coração experimentava desditas

E outras veredas sem fim

Experimentava tecidos das peles

Cílios que se dobravam em olhares

Mãos que acolhiam curvas feitas de esmeraldas.


Um dia, sem querer, entrou nos trigais

De um quadro de Van Gogh

Os corvos assustaram-se e pôde olhar o mundo

Através do azul.


Disse para si mesmo que se encantara pelas estrelas

Uma em especial chamara-lhe a atenção.

Uma que tinha em suas mãos restos de um pôr-de-sol.

Uma estrela que a chuva havia acabo de enxaguar.


Ingenuamente tirou os sapatos

Pôs-se a andar pelas nuvens

E acabou por espetar o pé na estrela.


Porém, não sabia que era uma estrela cadente

Então, seus olhos abriram-se na tristeza:

Verdade sem nenhum saber.


A poeira estelar ainda ardia-lhe os olhos

Quando seus pés clamaram por um retorno.

Saberia o caminho de volta?


Haveria mesmo uma volta possível, ou

Seus olhos teriam-se perdido

Pelo universo infinito

Na velocidade esmeralda daquela estrela?

10 comentários:

Sonhos disse...

Olhamos o mundo por atravez das estrelas ...do sol...do por sol...do amanhecer...olhamos o universo ...para poder encontrar o infinito!!! lindoooo!! sucessssooo!!! PARABÉNS!! BJUSS

Maria Regina de Souza disse...

A possibilidade de olhar e realmente ver todas as cores e um infinito que nos espera.
Lindo!
Um abraço

Virginia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

CEL,
Alguns de seus textos são bem enigmáticos e sempre poéticos.
Sei o que tem ali, mas não sei dizer intelectualmente.
Vou ficar com o mistério e voltar a esse texto `as vezes, sem tentar "entender".
A linguagem da arte vai direto para sensos nossos que assimilam muito mais do que o racional.
Beijos,
Mabel.
PS.: muito obrigada pela "força poética" do outro dia. Deu tudo certo!

Virginia disse...

Ah, Edu. Aqui é um espaço para luz. Beijos.

Anônimo disse...

Vc me adicionou no facebook e vi que tinha este blog no seu perfil. Ainda bem que vim, gostei muito deste texto.

Beijo, prazer!

Anônimo disse...

Uma viagem romântica...
Suave e agradável.

Beijos Carlos e bom final de semana,

Anne M. Moor disse...

Carlos Eduardo

Um delírio entre as estrelas é sempre muito bom :-)

Bjos
Anne

Anônimo disse...

Lindo, sou cada vez mais seu fâ.

Leleu Antonio

Vivian C Vitorino disse...

Carlos Eduardo. Não sei se era este o seu intuito, creio que não, mas sinto-me perturbada, pois ao ler o que escreveu só consigo pensar no fato de que uma vez transposto o véu da ignorância e ingenuidade é impossível traçar o caimnho de volta. É dificil, lindo, triste e pesado saber que quando somos tocados pela verdade, seja ela a nossa ou não, nos tranformamos. E quando nos transformamos é impossível voltar ao que éramos.